Quer ser
Juiz? Quer mesmo? Por que? Você tem vocação? O que exatamente faz um Juiz?
Quanto trabalha? Quais são as peculiaridades da profissão? O que fazer para
alcançá-la? Qual a razão da dificuldade do concurso?
O debate aqui
é exclusivo sobre a motivação que induz alguém, em um determinado momento, a
querer ser Juiz. A questão sempre me causou uma inquietação muito grande e
certo desconforto porque vejo inúmeros candidatos a Juiz dirigirem-se a um
estudo exaustivo para alcançarem esta profissão sem possuírem qualquer ideia,
sequer vaga, das atribuições do cargo e sem analisarem a vocação.
É bom que se
diga, de início, que o magistrado de hoje em dia dificilmente usa toga, exceto
quando participa de sessões de julgamento nos Tribunais. Houve uma substancial
mudança, ainda, na formalidade das sessões e audiências. Quem nunca viu, nos
filmes americanos, todos se levantando para receberem o Juiz? Na prática, isso
não existe!!!
A profissão
tem pouco ou quase nada do “glamour” que a ela se atribui. A pessoa, então, ao
decidir abraçar esta atividade deve estar atento, desde sempre, que a
solenidade de antigamente hoje corresponde a uma atuação silenciosa e quase
operária, visando à diminuição da quantidade de processos e à busca pela
realização dos atos processuais da forma mais rápida possível, a despeito de
inúmeras dificuldades estruturais. E tudo com uma forte cobrança social e
também interna...
Para quem
pensa que o trabalho do Juiz é feito por seus assessores, saibam que ser Juiz é
estar abarrotado de processos quando o assessor invade sua sala com outras duas
urgências. Você mantém o raciocínio para concluir a decisão que estava
preparando quando é novamente interrompido porque existem advogados aguardando
para falar com você. Após atender os advogados, você tenta retomar o raciocínio
e aparece outra urgência. Neste momento, você é informado que todas as partes
já chegaram e que as 05 (cinco) audiências marcadas para a tarde já podem
começar. Além disso, existem mais de 10 (dez) minutas de sentenças na sua mesa
para serem conferidas e uma centena de despachos. A atenção para cada
sentença/decisão/despacho é que vai determinar o correto funcionamento da sua
Vara e a manutenção da coerência dos seus posicionamentos. Nada deve passar
despercebido. O erro não será perdoado!
Como já expôs
Carnelutti, “nenhum homem, se pensasse no
que ocorre para julgar um outro homem, aceitaria ser Juiz”.
Ninguém se
torna um Juiz através do concurso. É você que deve investigar, de antemão, o
quanto existe em você de ponderação, de equilíbrio, de compromisso com as
questões relacionadas ao outro, de responsabilidade, de honestidade, entre
tantas outras coisas.
A pessoa que
pretende abraçar a magistratura pensando na remuneração logo quebrará a cara!
Não vale à pena do ponto de vista financeiro, em virtude do tanto de dedicação
que a atividade lhe vai exigir. Assim, a pessoa que pretende abraçar a
magistratura pensando em não trabalhar também deve buscar outra atividade.
Quem
pretender ser Juiz deve, primeiro, ter um processo pessoal na Justiça. Este é o
primeiro passo! Deve sentir na própria pele o que é ser parte; o que é suportar
os efeitos da demora de uma decisão; o que é receber uma sentença e demorar
anos para executá-la; o que é ter seu direito negado através de uma sentença ou
decisão padrão que não analisou corretamente o caso; o que é embargar desta
decisão/sentença e receber, como resposta, que a pretensão é de mera
rediscussão do julgamento; etc.
Só assim esta
pessoa ingressará nos quadros na magistratura enxergando que: há pessoas atrás
dos processos; que ela assumiu, antes de tudo, um compromisso de celeridade e
respeito com o jurisdicionado; que ela irá trabalhar sem buscar o
reconhecimento do Tribunal a que está submetido ou de quem quer que seja,
porque o trabalho é voltado para alcançar a finalidade diuturna e simples de
entregar a cada um o que é seu; que irá trabalhar dias e noites a fio para
cumprir da melhor forma a sua profissão; que não sossegará enquanto tiver
processos na estante, que representam pessoas aguardando uma resposta; que a
resposta, ainda que negativa, deve ser rápida, para propiciar à parte a
possibilidade de recorrer; que cada pedido de habilitação representa uma pessoa
que morreu aguardando uma resposta do Judiciário; etc. etc. etc.
Aí eu
pergunto: você está pronto para este compromisso?
Assumir a
magistratura com qualquer outra finalidade, sobretudo com a finalidade nefasta
de não trabalhar ou de fazer o mínimo, chega a ser criminoso. O Juiz relapso,
acomodado, preguiçoso não sabe o mal que ele faz a todo jurisdicionado que tem
a infelicidade de ter um processo em suas mãos. É este o Juiz que você pretende
ser? É para isso que você pretende abraçar a magistratura? São questões que
merecem profunda reflexão!
Por outro
lado, todo o conhecimento cobrado no concurso é o que dará ao futuro Juiz
ferramenta para trabalhar. Ninguém se aventura a proferir sentenças e conduzir
audiências sem a preparação adequada. Logo ao entrar na audiência o Juiz poderá
estar diante de um representante do Ministério Público e de um advogado
devidamente preparados que lhe farão questionamentos para os quais você deve
ter pronta resposta. É a preparação para o concurso que lhe dará as respostas.
Então, não
desrespeite o processo de aprendizado inerente ao concurso, que será
fundamental para a sua atuação profissional. Seja objetivo em sua preparação e
otimize o seu estudo, mas não busque atalhos ou “bizus” que proponham a
desnecessidade do estudo ou pouco empenho na interpretação das matérias, das
leis, da jurisprudência...
O Juiz não
deve ser um reprodutor de julgamentos proferidos anteriormente. É preciso que
ele tenha conhecimento suficiente para criticar a interpretação dada
anteriormente e avaliar se aquela é a melhor interpretação a ser conferida ao
caso concreto. Apenas após este filtro interno é que o precedente pode ser
aplicado ao caso e, posteriormente, já sem tanto esforço, aos casos idênticos,
sem prejuízo das constantes reavaliações.
Por isso, não
despreze a necessidade de “preparar-se” para assumir uma profissão como esta.
Assuma, de logo, o compromisso de que, uma vez aprovado, será o melhor Juiz que
puder, o mais rápido, o mais trabalhador, o mais comprometido com a seriedade
da profissão.
Cabe lembrar
a lição de Calamandrei: “O juiz é o
direito feito homem. Só desse homem posso esperar, na vida prática, a tutela
que em abstrato a lei me promete. Só se esse homem for capaz de pronunciar a meu
favor a palavra da justiça, poderei perceber que o direito não é uma sombra
vã”.
Então, quer
ser Juiz? Quer mesmo? Assumirás este compromisso com o outro?
Definida a
questão, aguardem a próxima postagem com dicas sobre uma preparação adequada
para as provas daqui a 02 (dois) dias.
Abraço,
Carolina
(twitter:
@CarolinaMalta1 - Facebook: Rehab Juridico)
INFORMAMOS QUE O SITE POSSUI ATUALMENTE UM NOVO ENDEREÇO: www.rehabjuridico.com.br
INFORMAMOS QUE O SITE POSSUI ATUALMENTE UM NOVO ENDEREÇO: www.rehabjuridico.com.br
Claro, instigador, motivador...um honra lê-lo!
ResponderExcluirMuito obrigada pelas lindas palavras!
ExcluirQUERO MESMO! :D
ResponderExcluirToda as vezes em que leio algo assim, a minha certeza aumenta, assim como minha devoção pela profissão que escolhi.
Bom saber disso! Obrigada pela mensagem! Abraço, Carolina
ExcluirSimplesmente sensacional o texto!
ResponderExcluirParabéns Excelência, vou indicá-lo a todos que, como eu, buscam diuturnamente o ingresso nesta profissão ímpar.
Deus abençoe
Muito obrigada, Franklin! Se você quiser de coração, vai conseguir!! Grande abraço, Carolina
Excluir[motim mode on] Cadê o próximo post? E isso de "aguardem a próxima postagem com dicas sobre uma preparação adequada para as provas daqui a 02 (dois) dias"? É prazo impróprio é? rsrsrs [/motim mode off]
ResponderExcluir"Dê dinheiro, mas não dê intimidade"... rsrsrsrs
ExcluirParabéns Carolina!
ResponderExcluirExcelente texto! Muito palpável, realista e esclarecedor.
Espero anciosa pelas dicas!
Obrigada, Camila. Os novos textos sobre a preparação já estão disponíveis! Abraço, Carolina
ExcluirParabéns, Carolina! Ganhaste um fã aqui em Santa Catarina!
ResponderExcluirÉ muito bacana sua atitude de doação ao compartilhar etapas que você já passou com pessoas que estão na batalha dos estudos! Foi uma deliciosa leitura! Obrigado =)
Muito legal saber disso! Muito sucesso para você! Abraço, Carolina
Excluirbelissimo texto, muito esclarecedor. para os 'não vocacionados', uma desilusão, para aqueles que sempre sonharam com a magistratura, que nasceram para isso, uma grande motivação para continuar a buscar esse sonho. Daqui a 2 anos, se Deus quiser, magistratura trabalhista aí vou eu!
ResponderExcluirKarol, obrigada por sua mensagem! Não desista do seu sonho e lute para alcançá-lo. Assim ele terá maior valor! Um beijo!
ExcluirCarol, adorei o texto! Desejo a vc ainda mais sucesso, agora com o seu blog. Bjssss!
ResponderExcluirPatrícia, obrigada!! Eu te vi hoje no shopping. Tentei falar contigo, mas não consegui te alcançar... hehehehehe. Bjo! :)
ExcluirParabéns Carolina!
ResponderExcluirTexto esclarecedor e instigador para quem deseja ingressar nesta carreira.
Abraço
Valeu, Anízio! Abração!!
ExcluirParabéns pelas palavras repletas de discernimento. Não sou do "direito", mas sou servidor público. Acredito que absolutamente todos que se candidatam a qualquer vaga do serviço público devem sempre ocupar antes o papel de usuários dos serviços que pretendem prestar.
ResponderExcluirTodos os elos da cadeia do serviço público são essenciais para a população, desde os coletores de lixo aos julgados nos tribunais, passando pelos legisladores e tudo mais.
Queremos um Brasil melhor?
Façamos nós ele melhor.
Muito obrigada, Thiago! A análise da vocação é imprescindível para que a atividade seja exercida com efetivo compromisso e este compromisso deve estar em cada um de nós, independentemente da profissão que exercemos. É um dano ao serviço público o servidor preguiçoso ou mal-humorado, descontando suas frustrações no cidadão que não tem nada com isso...
ExcluirDra.,
ResponderExcluirEmbora não a conheça, desejo deixar um comentário em seu texto que está circulando na internet concurseira.
Suas palavras mexeram com as emoções deste sujeito aqui, que no exato dia de hoje está completando 6 anos na "atividade jurídica". Pela vivência que já tive senti o quanto é autêntico o que li acima.
Já há algum tempo fiz da magistratura federal meu sonho profissional, e são de relatos como este de V.Exa. que tenho tirado forças para persegui-lo. Por incrível que pareça, antever o que encontrarei, se obtiver sucesso no concurso, serve de motivação para mim.
Receba meus votos de sucesso em seu trabalho. Saudações desde o RJ, deste que aqui escreve, que é filho de um legítimo pernambucano de Petrolina.
Agradeço muito suas palavras! É de pessoas vocacionadas que o Judiciário precisa. Persista no seu sonho se acredita, verdadeiramente, que poderá fazer o melhor quando passar. Não desista antes de ter efetivamente tentado a aprovação! Desejo muito sucesso para você! Abraço, Carolina
Excluirótimo texto, muito esclarecedor mesmo!
ResponderExcluirObrigada, Juliane! Grande abraço, Carolina
ExcluirDoutora Carolina, boa tarde!
ResponderExcluirSeu texto deve ser a "oração diária" dos estudantes e dos juízes atuantes.Para os estudantes, porque se algum concurseiro tem preguiça de estudar horas e horas, NÃO chegará a ser aprovado nesse concurso. E quanto aos juízes atuantes ,caso sejam preguiçosos e relapsos, vão fazer um desfavor a todo o judiciário e a sua Nação. Fiquei ainda mais convicta de minha escolha. Deus a abençoe com saúde e sorte!Abraços!
Muito obrigada, Luciana! É a pura verdade. O acomodado na hora da preparação nunca será um bom juiz. É melhor, mesmo, que não passe no concurso. Um grande abraço para você!
ExcluirDoutora, vejo muita gente falando que vai fazer concurso "x" ou "y" pensando somente na remuneração, status ou no suposto "pouco trabalho". Infelizmente, a vocação nem é cogitada como fator de motivação para escolher determinada carreira. Isso com certeza reflete na (má) qualidade do trabalho, seja como defensor público, juiz ou promotor de justiça, e quem perde é a sociedade. Sem contar o vazio que essa pessoa deve sentir, por estar numa profissão sem ter prazer pelo que faz. Obrigado pelo texto (já compartilhei) e parabéns por ser vocacionada e dedicada à magistratura.
ResponderExcluirÉ verdade, Iury. Agradeço a sua mensagem e lhe digo que o meu maior incômodo é justamente ver pessoas fazendo concursos imaginando que vão enriquecer ou não vão trabalhar. Quando entram e percebem a quantidade de trabalho, passam a vida reclamando que ganham pouco ou que trabalham demais. Ninguém aguenta... Obrigada novamente pela mensagem. Abraço, Carolina
ExcluirExcelente texto, dra.! Percuciente e instigador na exata medida! Principalmente no trecho que afirma:
ResponderExcluir"Quem pretender ser Juiz deve, primeiro, ter um processo pessoal na Justiça. Este é o primeiro passo! Deve sentir na própria pele o que é ser parte...Só assim esta pessoa ingressará nos quadros na magistratura enxergando que: há pessoas atrás dos processos; que ela assumiu, antes de tudo, um compromisso de celeridade e respeito com o jurisdicionado."
O exercício da judicatura é, acima de tudo, um compromisso com o jurisdicionado. Parabéns!
Obrigada! Fico feliz por você compartilhar deste pensamento! Abraço, Carolina
ExcluirParabéns, caríssima Magistrada!
ResponderExcluirSou estagiário de direito do TJ-AM, lotado em um cartório de família, e passei a admirar esta tão honrada carreira convivendo com os dois juízes que por lá passaram. Eles demonstravam esta mesma motivação e desenvoltura para o trabalho diário. O que percebi de mais interessante foi que o trabalho árduo deles é que inspira o dos servidores, e, em consequência, a prestação ao jurisdicionado. Ler, pesquisar e entender para fundamentar as decisões e até "ensinar" a correta postulação!
Gostei bastante quando li que foi titular em Serra Talhada, a cidade dos meus avós e do meu pai. A cidade estava sob ótima jurisdição!
Que o SENHOR DEUS continue lhe abençoando neste caminho de ações, processos e jurisdição, assim como motivando outros!
Muito obrigada, Kim. Tenha muito sucesso em sua carreira! Grande abraço, Carolina
ExcluirDra. Carolina,
ResponderExcluirConcordo com cada palavra sua. É muito triste ver as pessoas que pensam que ficarão ricas e não trabalharão nada sendo juízes. Para ser servidor público, você deve estar disposto a servir o público.
Tenho certeza que quero a magistratura, especialmente a estadual. Fiz 2 anos de estágio em gabinetes de juízes e me apaixonei pela profissão que te fornece a oportunidade de fazer justiça num país tão injusto.
Abraços!
Que bom, Rebecca! Espero que você consiga realizar o seu sonho. Quando a gente tem vocação, a atividade, apesar de árdua, é realizada com prazer e com compromisso. Isso é o essencial! Agradeço a sua mensagem e ressalto que o blog agora tem um novo endereço: www.rehabjuridico.com.br. Abraço, Carolina
ExcluirSuas palavras foram inspiradoras, pessoas sofrem esperando uma resposta jurisdicional, carecem de uma resposta do estado, ser juiz não é glamour(claro que tem seus galardões), mas ser juiz é mais, é olhar e decidir com a justa medida, olhando acima de tudo para a justiça no caso concreto, entregando ao jurisdicionado a tutela de forma honrada, sem parcialidade, cumprindo assim sua vocação e trazendo paz social.
ResponderExcluirObrigada, Paulo! A ideia do texto é justamente esta que você colocou. O blog agora tem um novo endereço. Se quiser nos seguir, o endereço é o www.rehabjuridico.com.br.
ExcluirAbraço,
Carolina
Dra. Carolina,
ResponderExcluirMuitos operadores do direito que atuam no serviço público não sabem o que significa o que é ser servidor público no seu sentido lato, muitos apenas estão servidores, não são servidores, posto que seus interesses privados sempre prevalecem sobre o da coletividade. Tive a oportunidade de atuar como assessor de vários juízes no Estado do Tocantins, onde aprendi com eles a respeitar e valorizar a coisa pública.Estes profissionais me impulsionaram a trilhar o árduo caminho da magistratura. Estou trilhando ainda não cheguei lá, mas chegarei.Parabéns pelo seu artigo.
Nossa que texto maravilhoso, realmente muitos juízes deveriam ler. Concordo com tudo. A vocação é essencial. Pena que a maioria pense que ser Juiz é apenas ter estabilidade e um ótimo salário. Muitos se esquecem da enorme responsabilidade. Não raro vida, patrimônio, saúde, liberdade...enfim várias situações passam pela mão do Magistrado. Um erro pode causar um dano irreparável. Muito bom. Vou procurar seu twitter para segui-la.
ResponderExcluirSeu texto serve de inspiração não só aos concurseiros, mas também aos que já são juízes. É uma verdadeira e revigorante declaração de fé na magistratura.
ResponderExcluirParabéns!
Perfeito, colega! Disseste praticamente tudo. Parabéns!
ResponderExcluirExcelente texto. Parabéns para a autora.
ResponderExcluirÉ incrível ler seu texto! É uma formar de motivação para fazer a diferença, tanto na minha fase inicial de preparação, quanto no momento em que for Juíza.
ResponderExcluirO texto é interessante. Utópico, mas ainda assim muito bom considerado seu posicionamento.
ResponderExcluirÉ apaixonado e desde suas preliminares mostra sua origem: se juiz é Juiz, advogado deveria ser necessariamente Advogado (Caixa alta aqui também, por favor). Está na cartilha a ser seguida e observada, sob pena de ser cassada.
Ofensa direta e literal à Lei federal! Nada nos resta se não agradecer, de nossas trincheiras, o Recurso desde logo provido nos entregue “de bandeja”!
Contudo, todavia, entretanto, ouso discordar, notadamente quando não estou a postular.
Os Juízes vocacionados são a exceção. Lamento profundamente dizer isso: mas o são. FATO!
Hoje a bsuca por uma pretensa "estabilidade financeira" e a indústria dos concursos impera ("óbvio ululante"). Qual seria sua conseqüência primeira? Entendo que justamente a “seleção natural” daqueles que possuem condições financeiras de passar anos e anos a simplesmente estudar... sem precisar trabalhar, sem ter de encarar as peças da vida, sem efetivamente socializar. Enfim, sem ver o mundo lá fora...
Permissa vênia, mas é absolutamente incompleto o raciocínio de que “Quem pretender ser Juiz deve, primeiro, ter um processo pessoal na Justiça”... Além disso, deve necessariamente conhecer a vida como ela é... Ao menos três anos nas trincheiras, como o efetivo espírito da Lei quer, a exercer a primária atividade jurídica, ou seja, a de Advogado, além de psicólogo, amigo, confidente, psiquiatra (...), e, acima de tudo, paciente, muito paciente.
Sim, há “pessoas atrás dos processos”, e, via de regra, estas lançam todas as suas angústias, frustrações e até mesmo revoltas nos Causídicos que as representam, quem tem de justificar, ao vivo e à cores, todas as mazelas de nosso Judiciário, seus porquês e suas incertezas .
Hoje digo sem medo de errar: nem de longe pretendo assumir o peso de julgar, mas não tenho dúvida de que estaria preparado para tal, pois conheço o mundo lá fora o suficiente para tanto...
Excelentes as ponderações do colega acima. Expandiram a realidade e aprofundaram a lucidez do post.
ExcluirEu quero! Maravilhoso esse post. Me faz ter mais certeza de que estou buscando a Magistratura e estou no caminho certo. <3
ResponderExcluirTexto bem escrito, bem pontuado e objetivo!! Somos seduzidos, desde o primeiro parágrafo, a percorrer até o final, e com prazer. O talento para a escrita é para poucos, e a senhora o tem, de sobra!! Quero sim, ser juíza do trabalho!! Obrigada! Muita sorte, saúde e bençãos de Deus!
ResponderExcluirParabéns Carolina! Não a conheço, mas já a admiro como pessoa e como profissional!
ResponderExcluirSeu texto foi extremamente motivante e realmente é isso que quero!
Informo-lhes que o site possui novo endereço: www.rehabjuridico.com.br
ResponderExcluirRepassei para minha filha: trata-se de exemplo vivo. Obrigado!
ResponderExcluir