quarta-feira, 20 de junho de 2012

A PREPARAÇÃO - PARTE II


Saiu o edital! E agora?

Respire fundo e responda: dá tempo de estudar todo o programa? Eu sei que dá um branco nesta hora e a pessoa pensa que não sabe de nada e se esquece de tudo que já estudou, mas passe a olhar o edital com calma. É chegada a hora de programar seu estudo de acordo com o tempo que você vai ter até a prova!

A forma de estudo dependerá da metodologia de cada um, mas, se eu pudesse aconselhá-los, sugiro que iniciem o estudo pela matéria com a qual tiverem menos afinidade. Elejam a última matéria que poderia cair numa prova para ser, de plano, objeto da sua dedicação. Ex: Direito Penal ou Direito Tributário. Em seguida, faça uma ordem das matérias justamente na ordem das “piores” para as “melhores”.

Qual é o sentido disso? É possível que não dê tempo de estudar todo o programa. Se isto vier a acontecer, as matérias que terão uma análise mais rápida serão justamente as que você já tem alguma familiaridade. Isso contribuirá demais para a sua segurança na hora da prova.

No meu caso, quando o edital saiu, eu vi que seria necessário “reestudar” toda a matéria do programa. Fiz da seguinte forma: dividi todo o tempo (entre o edital e a primeira fase) em semanas e destinei uma semana para cada matéria, iniciando o estudo com as disciplinas em que eu tinha menos segurança (na seguinte ordem: Penal – Proc. Penal – Internacional – Previdenciário – Comercial – Civil – Ambiental – Tributário – Constitucional – Administrativo – Proc. Civil).

Reitero que acho recomendável começar pelo que o candidato não sabe, porque, se não der tempo de esgotar o programa, ao menos há uma noção das matérias não estudadas (a insegurança fica bem menor). Quando não conseguia terminar os pontos da matéria em uma semana, destinava os remanescentes para o final (após o estudo das demais), forçando, dessa forma, a realização de revisão.

Outros preferem estudar as matérias ao mesmo tempo, dedicando, por exemplo, algumas horas do dia a Constitucional e outras a Penal etc. Comigo sempre funcionou o estudo completo da matéria para, só depois, passar para a outra, mas os que estudam ao mesmo tempo podem otimizar o estudo reunindo os pontos em comum entre disciplinas diversas, para estudá-los ao mesmo tempo. Ex: estudar a parte constitucional referente a Tributário juntamente com Direito Tributário.

Outra coisa importante: vá riscando do programa os pontos já estudados. Só faça isso, porém, quando puder dizer “eu já sei esta matéria”.

Como saber se você já sabe uma determinada matéria?

Estude como se fosse dar uma aula no dia seguinte! Organize os pensamentos e faça a leitura dos textos imaginando que amanhã você terá que explicar tudo a alguém. Não adianta meramente ler aleatoriamente os textos.

A amplitude dos programas dos concursos levará você a esquecer o que estudou no início, caso o estudo não seja bem estruturado. Assim, faça um resumo, com tópicos ou com perguntas. Faça uma anotação de tudo o que você vai precisar saber sobre aquela matéria, exatamente como se fosse dar uma aula sobre ela amanhã. Tente imaginar todas as perguntas dos alunos e prepare as respostas. Quem é o examinador senão alguém que formulará perguntas a respeito daquilo que você está estudando?

Recomendo, na primeira fase, a realização de um estudo bastante aprofundado, com leitura de livros, realização de exercícios (após estudar!), leitura semanal dos informativos do STF e STJ, elaboração de resumos etc.

Não recomendo a leitura imediata de resumos, porque o concurso é uma maratona e o estudo não pode ser superficial (significa que, embora seja possível, e até provável, a aprovação na primeira fase, o candidato não sobreviverá às demais). 

O ideal é rever todo o programa antes de cada fase. Considerando que a base será formada e sedimentada antes da primeira fase, nas demais etapas o candidato, ainda que inconscientemente, estará apenas revisando a matéria que já conhece, ampliando a segurança para fazer as provas discursivas e a prova oral (que são extremamente exigentes).

Ao selecionarem provas de concursos anteriores, não se aventurem a responder as questões de matérias não estudadas. Isso vai lhe dar um desestímulo grande e uma sensação de que nunca vai conseguir. Experimente estudar controle de constitucionalidade, da forma falada acima, e, em seguida, responda apenas as questões sobre controle de constitucionalidade. Você acertará todas ou quase todas e isso vai dar um gás imenso!! ACREDITEM EM MIM!!

Em resumo, não existe outra solução senão estudar muito e diariamente.

Boa sorte! Até a próxima!

Carolina
(twitter: @CarolinaMalta1)

9 comentários:

  1. Estou amando acompanhar o blog...pois ser Juíza Federal é justamente minha meta...e como meu curso foi muito partido..achava difícil chegar lá. As dicas aqui tem sido fundamentais para pavimentar um longo caminho que me leve até o tribunal. Obrigada

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    1. Obrigada, Ingrid. Muito sucesso nos seus estudos. Não desista do seu sonho!

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  2. nossa, adorei!!! eu tenho usado essa estratégia de estudar os pontos que tenho menor familiaridade e, a sensaçao de nao ler "grego" nao prova é MTO boa! rs to amaaaando esse espaço! obrigada por nos ajudar, Dra!!! bjos, Gabi

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  3. Dra, parabéns pela iniciativa e pelas boas dicas. No tocante aos resumos dos pontos para o concurso de JF, conforme mencionado na sua apresentação, como se daria essa atividade? Grato.

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    1. Marciano, obrigada pelo elogio. Vou mandando os textos aos poucos, à medida em que eu for preparando, de acordo com os temas que considero estarem em voga na Justiça Federal, tudo em atenção ao programa do concurso, mas com uma visão prática. Peço-lhe, porém, que use o blog apenas como complementação para a sua preparação, certo? Abraço.

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    2. Certo, com certeza, se me permite o trocadilho, a preparação deve ser tal qual um dos objetivos da seguridade social, qual seja, diversidade da base de financiamento, só que aqui, no caso, se trata de diversidade de fontes de estudo. Grato.

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  4. Carolina, muito bons os posts do blog, parabéns. Ainda sobre o concurso de juiz, poderias indicar uma bibliografia boa para estudar?

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    1. Obrigada! Eu prefiro não indicar bibliografia porque, na verdade, o que realmente importa é você gostar do livro e o estudo fluir, independentemente do autor. Tenha preferência pelas obras mais consolidadas e tenha cuidado com Autores que possuem entendimentos peculiares (Ex: conhecer a teoria de Zaffaroni sobre a tipicidade conglobante é importante, mas não se pode mencioná-la como algo unânime em nosso ordenamento jurídico). O ideal, para concurso, é estudar por um livro que reúna a opinião de outros autores e cite jurisprudências. Algumas matérias, inclusive, sequer exigem a leitura de livros, mas apenas da legislação. Espero ter ajudado! Abraço.

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